Foto: Ângela Freire |
Rapaz de
quarenta e seis anos,Osvaldo Teixeira Lopes Filho, mais conhecido por
“Chiquinho da Farinha. Ele tem um sorriso encantador, de homem acanhado e muito
trabalhador. Sua família paterna era da Comunidade de Calhauzinho.
O pai casou-se com Luzia da comunidade de Soledade.
O casal veio da zona rural para a cidade em 1973. Foram morar no
Bairro Esplanada, em situação de aluguel. Eles tiveram sete filhos, sendo que os dois mais velhos, já
falecidos; ficando Chiquinho com quatro irmãs.
Seus pais muito
unidos, trabalhavam incansavelmente para dar conta do sustento da família, pois
uma das meninas, nascera com síndrome de Down, exigindo mais cuidados e
atenção.
Seu pai, era
um homem de conceitos rígidos, trabalhava em lavoura e em serviço braçal: abrindo cava para construção
de casas, servente de pedreiro, abrindo fossa de banheiro, até que começou
adoecer. Encontrou uma alternativa de ser feirante aos sábados, saia com a
esposa, levava milho, feijão, farinha e goma para vender. Com todo esse esforço
conseguiram alcançar o sonho da casa própria, no próprio bairro, na Rua São
Pedro.
O pai
começou a levar seu filho Chiquinho para a feira, a partir dos dez anos de
idade. Ele ajudava carregar mercadoria e ficava ali, assessorando, com o tempo,
o pai começou a apresentar mais problemas de saúde principalmente na coluna e outras queixas,
tendo de se ausentar da feira, mas sua mãe lhe ajudava. Porém foi criando gosto
pela atividade e aprendendo a lidar com a freguesia e fornecedores, passando a
ir sozinho à feira.
Com o
falecimento de sua mãe, de AVC, em 2004 e seu pai em 2006, com sessenta e oito anos, de
Enfizema Pulmonar, porque fumava muito, desde muito novo. O filho continuou o
ofício optando por comercializar apenas farinha e goma.
Ele
comercializa dois tipos de farinha, sendo farinha grossa adquirida do povoado
de Alfredo Graça e farinha fina da Comunidade de Córrego do Narciso. Ele compra
em média por duzentos e cinquenta reais o alqueire, que possui cinquenta pratos
(medida utilizada) e vende por sete reais, o prato. Enquanto a goma, adquire da
cidade de Taioberas.
Chiquinho
revela com certa tristeza que em breve terá de parar de vender goma, porque as
pessoas estão preferindo comprar do supermercado, julgam ser mais barato.
Assim como
seu pai, segue sua atividade como complemento de renda, pois exerce atividade
de limpador de quintal e jardineiro, porém devido aos esforços repetitivos, tem
apresentado fortes dores na coluna. Atualmente prefere trabalho apenas de jardinagem e ora com suas
duas irmãs mais novas.
A feira é um
local de muitos negócios, fluxo de muita gente circulando em seus múltiplos
interesses, seja para vender, comprar, passear e apreciar. Mas cada um traz
suas memórias que assim como Chiquinho, seguem complementando sua renda,
sustentando suas famílias e mantendo a tradição.
Parabéns a
Chiquinho, pelo seu trabalho, honradez e simplicidade!
Por
Excelente! Parabéns Ângela 😍
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