sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Memória Cultural - Catopês

CATOPÊS

Terno de Catopês Nossa Senhora do Rosário/Bocaiuva/MG - Foto: Internet
Palavra de origem africana possui a figura do mestre e do contramestre que guia todo o grupo, alguns com seus instrumentos como: pandeiro, tambores, reco-reco  e também aqueles que repercutem conjuntamente com os tocares os versos  que entoam em cortejo pelas ruas.
Os catopés são reconhecidamente a partir do século XVIII, através de suas irmandades por determinação da igreja da época, pois anteriormente tal manifestação era considerada proibida, tendo os negros que celebrarem  clandestinamente, pois foram  os negros  que vieram para o Brasil em situação de escravos, que trouxeram  suas crenças e tradições de cultuar seus deuses e reverenciar–se ao seus reis, como ‘Chico Rei”, escravo em Ouro preto, mas que era  príncipe em sua tribo africana e por isso celebravam seus rituais de origem, para não perderem sua memória do lugar de onde vieram.
Na ausência de seus reis, colocavam alguém para representar e realizar a cerimônia, e, para relacionar-se com a Igreja Católica, passaram a cultuar Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.



TERNO DE CATOPÊS  DE BOCAIÚVA

O terno de Catopês de Nossa Senhora do Rosário na cidade de Bocaiúva, tem sua origem a devoção a Nossa Senhora do Rosário. 
Suas vestes  são: calça branca, camisa de manga comprida, na cabeça trazem capacetes cheios de adereços  de miçangas e espelhos e muitas fitas largas de cetim com cores variadas.
O Grupo teve por longos anos o seu mestre consagrado, o Senhor João do Lino Mar, apelidado de “João Bisôro”.
Ele durante toda sua existência buscou incentivar seu companheiros e lutou incessantemente pela preservação desta manifestação de cultura popular. Faleceu em outubro de 2.004 aos 76 anos e para fazer jus a sua devoção, morreu justamente após comandar o grupo na festa tradicional de Bocaiúva- “Festa do Divino Espírito Santo”.
O grupo segue a tradição através de sua filha Lucélia, que aprendeu o ofício e não temeu a missão que coube a ela perpetuar, enquanto vida tiver os ancestrais a guiará com muita força e luz na devoção.



 Por: Ângela Gomes Freire - Professora, Turismóloga e Produtora Cultural

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