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| Foto: Soll Santos | 
            A pandemia da COVID-19 interrompeu muitas possibilidades
e projetos pessoais e coletivos, principalmente para o movimento cultural do
Vale do Jequitinhonha. 
O  setor cultural  foi  um
dos primeiros a fechar suas atividades, e dos últimos a serem autorizados ao
retorno presencial. Entre perdas, isolamento e incertezas  dois coletivos decidiram  persistir num  encontro. 
Diz o ditado popular:
“palavra dada,palavra empenhada”, O Coral do Nossa Senhora do Rosário  e o MC Eduardo DW , embrenharam na única  possibilidade disponível nesta pandemia, o
uso da internet. 
Enfrentando os desafios
e turbulências com a utilização da tecnologia, mas com as conexões compatíveis
ao coração destes artistas., foram se conhecendo gradativamente, acertando
idéias, construindo versos, trocando poesias 
e  alimentando-se pelas veias do
rap e da cultura do Vale do Jequitinhonha.
            O Coral do Rosário produziu em 1998 o seu primeiro CD,
nomeado de “Queremos navegar” e agora chegando em sua trajetória de
aproximadamente 37 anos de existência, celebra 
com  força inesgotável de
navegantes da cultura, depararam no porto do rap, através do MC Eduardo DW, um
agitador cultural em Belo Horizonte, poeta do Coleti voz Sarau de Periferia,
Slam Clube da Luta e MC da banda de Rap Projeto ManObra e do grupo A Corte.
            Estas
aproximações de mundos e resistência cultural da cultura negra, convergiu para
o projeto “O Circuito o RAP é o
Encontro”. Proposta visando a  criação  de um 
circuito para potencializar a pesquisa e a exposição artística,
trabalhando com coletivos distintos, a fim de ampliar a circulação da música e
poesia mineira , além  da cadeia
produtiva de arte e cultura brasileira. Encontraram na música lugares de
congruência em vários diálogos marcantes que fez desnudar a presença feminina,
com sua irreverência, revelada  nestes
versos:
Do fundo da feira                                   
...
Desci a ladeira,
Fui lá no mercado
Perguntar  para Eduardo
Não sou mulher de recado
_Que coisa é essa de versos falados?
 Nesses arranjos de circuito e encontros despontaram com forte
ressoar da vida cotidiana, a poesia falada e de autoria feminina, que na
fronteira do Brasil profundo é escancarada:
Quando alembro as feições do rapaz, 
que morava na beira da lagoa
eu  namorei
 sutil...
            Neste
ano de 2022, celebramos no Brasil, o centenário 
da Semana de Arte Moderna,  no
Vale do Jequitinhonha esta fase do modernismo  pode ser reverenciada pela criação dos
movimentos culturais, com destaque para o FESTIVALE, nos anos  de 1980, que ainda resiste às duras penas. 
            A
atitude desta conexão entre coletivos de resistência, parece despontar de algo
mais intenso e real da contemporaneidade quanto a   valorização 
da diversidade cultural e a intensidade de força  para a luta de resistências e existências da
cultura negra, neste país.
Por
 
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Amei o texto, Angela. Estive no evento e estou, até agora, encantada.
ResponderExcluirFoi tudo lindo, obrigado pela atenção e recepção, abraços pra toda ARAÇUAI.
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