quarta-feira, 2 de março de 2022

OPINIÃO DO BLOG - Guerras híbridas. O grande vilão é a informação distorcida.

 


No âmbito das relações internacionais as decisões políticas devem ser conduzidas por presidentes atentos a posicionamentos que contemplem interesses convergentes as agendas globais. Afinal, o processo irreversivel da globalização revela dependência, e ao mesmo tempo, integração escalada por exemplo, pelos BRICS / agrupamento dos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na Ucrânia, o presidente eleito em 2019 tem mostrado que encenar não é o caminho das artimanhas políticas fundamentadas em guerras híbridas. A desestabilização politica é criada para eleger candidatos, ou para assegurar a manutenção no poder com notícias falsas, informações distorcidas, polêmicas construídas em torno de um suposto inimigo. São ações planejadas, estudadas, disseminadas como o fim de provocar confusão. Desde a campanha, o mesmo tem mostrado posicionamentos altamente controversos. Uma pena a grande mídia não ter divulgado suas pautas eleitorais. Então, a conta vem e, talvez no ápice das suas ações inconsequentes a meta quer seja o palco, a plateia pode ser o foco do comediante popular. Não dá para levar a sério quem expõe vidas humanas para manter seu show. É inadmissível lidar com o ego de um presidente que utiliza a Conferência de Segurança de Munique para criar um clima inoportuno de ameaça a ponto de sugerir o abandono do memorando de Budapeste de 1994 ao qual o desarmamento nuclear foi o objeto central. A Ucrânia tem muito a superar em termos econômicos, sem contar a influência da Rússia na porção leste do país, ou seja, muitos identificam com a Rússia e pronto. Aproveitar o dia dezenove de fevereiro para seguir na contramão e defender ampliação dos investimentos em armas nucleares. Soa como uma postura retrógrada ao ignorar as conquistas obtidas em âmbito internacional no que diz respeito a desnuclearização. A meta do presidente tem sido tornar-se membro da Otan, Organização do Atlântico Norte, que permanece ativa mesmo com o fim da Guerra Fria. Assim, fica a dúvida sobre

o papel da OTAN em um cenário desvinculado do Pacto de Varsóvia que oferecia suporte a URSS considerando o antagonismo do socialismo capitalismo. É arriscado eleger políticos inábeis que lidam com ações midiáticas e distorcem informações. Neste caso, torna-se altamente descabida postura de Zelensky, o presidente comediante, brincando com frágil economia da Ucrânia ao invés pensar caminhos para atrair investimentos ao país, escolheu investir no personagem que combate com vigor o inimigo, a Rússia e, assim coloca em xeque a segurança do país. Poderíamos pensar em segurança mundial, mas é difícil quem apoiaria a Ucrânia que anda na contramão do desenvolvimento social, ambiental, político e econômico.Durante a Cop 26 na Escócia o esforço para colocar em funcionamento agendas climáticas trouxe notoriedade ao uso das termoelétricas com gás natural na Alemanha, matriz energetica abundante na Rússia. A questão nuclear tem sido deixada de lado na Europa até mesmo nas termonucleares, tendo em vista que o que está em jogo são riscos ambientais como ocorreu em Fukushima, no Japão e Chernobyl na Ucrânia. Ainda assim, no ímpeto de promover seus projetos duvidosos, o presidente da Ucrânia discursou em favor da retomada do programa nuclear com ênfase nas armas. É importante destacar as relações de proximidade com os Estados Unidos especialmente com novo presidente, que possivelmente tem investimentos familiares no país. A grande vantagem da "Sociedade em Redes de Manoel Castells "está na das informações e o quanto está se tornando difícil ocultar informações por muito tempo. Hoje a leitura do território é processado agilmente por quem vive no lugar e fundamentalmente conhece as regras do jogo geopolítico. As mídias sociais esclarecem em uma perspectiva colaborativa, e esta mostra ingredientes que integram outras facetas do foco de tensão, sendo elas fundamentadas no controle no mar Negro, no escoamento do gás natural. Outro ponto abordado expõe o incômodo histórico que a Rússia impõe na Europa e Ásia levando em conta o aparato tecnológico no país. O problema que não estamos vendo com clareza está pautado em uma guerra em andamento e, esta pode estar fluindo em qualquer espaço, ou seja, a Guerra Híbrida projetada para desestabilizar governos por meio das notícias distorcidas. A grande mídia é especialista em mostrar fatos de acordo com determinados interesses. Talvez a situação da Ucrânia mostre que estamos mais preparados para lidar com notícias analisando que de todos os lados comete erros, no caso o presidente da Ucrânia brincou no dia 19 de fevereiro. O grande desafio é manter a informação limpa e deixá-la despertar a problematização e, assim iremos refutar a guerra híbrida que tem o objetivo de desestabilizar territórios, colocar no poder marionetes controláveis e, principalmente alinhados com lógica dos interesses norte-americanos envolvendo o gás natural, do petróleo em escala global.

Texto:



 










Aureliane Aparecida de Araújo 

Natural de Diamantina- Vale do Jequitinhonha- MG

Professora de Geografia do IFNMG campus Araçuaí

Graduada em Geografia pela Unimontes 

Pós graduada em Geografia e Meio Ambiente pela Unimontes 

Mestre em Geografia - Unimontes 

Doutoranda em Geografia e Tratamento da Informação Espacial - Puc Minas

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