segunda-feira, 23 de novembro de 2015

MEMÓRIA CULTURAL - DO FEIJÃO A FEIJOADA


Feijoada - Foto: Internet
Os cronistas do período compararam as variedades nativas com as trazidas da Europa e África, e foram categóricos, acompanhando a opinião do português Gabriel Soares de Souza, expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso. Caiu no gosto dos portugueses.
O viajante francês Jean de Léry e o cronista português Pero de Magalhães Gândavo,  no século XVI, descreveram o feijão, assim como o seu uso pelos nativos do Brasil. A segunda edição da famosa História Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Piso, revista e aumentada em 1658, tem um capítulo inteiro dedicado à nobre semente do feijoeiro, nesta época  começou-se a introduzir outras variedades de feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão consumido em Portugal, conhecido como feijão- fradinho (de cor creme, ainda hoje muito popular no Brasil, utilizado em saladas e como massa para outros pratos, a exemplo do também famoso acarajé).
O feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta indígena, chamado por grupos guaranis ora comanda, ora comaná, ora cumaná, já identificando algumas variações e subespécies..
No início do século XIX, absolutamente todos os viajantes que por aqui passaram e descreveram os hábitos dos brasileiros de então mencionaram a importância central do feijão como alimento nacional. O príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied comeu feijão com coco na Bahia, em 1816, e adorou.
O francês Saint-Hilaire sentenciava, nas Minas Gerais de 1817: “O feijão-preto forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase que a única iguaria do pobre”.
Spix e Martius, naturalistas que acompanharam a comitiva da primeira imperatriz do Brasil, a arquiduquesa austríaca Leopoldina, fizeram referência à “alimentação grosseira de feijão-preto, fubá de milho e toucinho” em Minas Gerais. Também citaram o feijão como alimento básico dos baianos, inclusive dos escravos. O norte-americano Thomas Ewbank, em 1845, escreveu que “feijão com toucinho é o prato nacional do Brasil”.
A fama do feijão  na culinária brasileira firmou –se através dos s escravos, nos escassos intervalos do trabalho na lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não serviam ao paladar dos senhores.

Por:



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

MEMÓRIA CULTURAL: PARTILEIRA, PRATILEIRA OU PARTELEIRA?



A palavra “partileira” é muito usada no vocabulário popular ao objeto inventado com a finalidade para guardar pratos, há também quem pronuncie “pratileira”, no entanto ambas expressões apesar de incorretas, sabe-se  que se refere a um objeto  com tábua(s) horizontal(is), cuja derivação ”prat-e-leira”.
Em casas de interior, principalmente em Minas Gerais, é comum em cozinhas, avistarmos o móvel de madeira, simples, feito de madeira muitas vezes sem nenhum tratamento,  envelhecida pelo tempo ou pela fumaça  do fogão à lenha, mas o que chama atenção nestas, são as vasilhas de alumínio, brilho  de arder os olhos, que nos perdemos com nossa imagem refletida , de tão bem ariada (expressão usada quanto ao brilho da vasilha).
Atualmente este móvel ganhou ares de sofisticação e requinte em ambientes rústicos, e, assinados por profissionais de decoração,  o valor é agregado e  repercute como  símbolos de raridade.

Independente da forma em que pronunciamos: Partileira, pratileira ou prateleira, você deve recordar de algo que cause saudade .

Por

GIRO PELO VALE - Vale do Jequitinhonha de luto, Morre George Abner, um dos fundadores do Jornal Geraes.

  George Abner de Figueiredo Souza, natural do município de Pedra Azul, no Baixo Jequitinhonha. Agente Cultual, filosofo, fotografo, Jorna...