sábado, 8 de fevereiro de 2014

Morre o Mestre Canjira

Foto: Jô Pinto
                      O homem de estatura baixa, sempre sereno, observador, cabreiro, de fé baseada no sincretismo, mas que quando abria a porta de seu museu se transformava e queria compartilhar a sua história, guardava na memória como cada animal e peça chegou em seu museu e foi assim em um destes momentos permitidos por Deus que tive a honra de conhecer  Brasiliano Pereira Reis ou Canjira como gostava de ser chamado, um autodidata, considerado o melhor empalhador de animais do Brasil e que no qual transformou a sala de sua residência num Museu de Arte e Cultura ou “Museu Canjira” como é popularmente conhecido na região e na cidade de Itaobim onde esta instalado, os animais mortos em acidentes  foram doados por motoristas e Policiais Florestais, além dos animais, há ainda antiguidades como telefones, máquinas de escrever, máquina de costura, coleção de notas e moedas, relógios, granada antiaérea e muitas outras peça.
Quando  fizemos o inventário das peças de seu museu para o Departamento de Patrimônio Cultural da cidade Itaobim, foi notário perceber como tudo aquilo se interagia com seu Dono, o zelo por cada peça, e a preocupação eminente para que o museu continuasse  a ser um exemplo para as futuras gerações.
                  Hoje, anjos, arcanjos, orixás e caboclos vieram buscar este artista da arte da Taxidermia para junto do Pai Celestial , deixando o Vale do Jequitinhonha com um profunda perda. O Mestre Canjira foi é será um dessas  pessoas raras que deixa de um forma simples, através da arte um ensinamento de vida para todos nós.
                Fica aqui os meus mais profundos sentimentos para a família e compartilho como todos desta dor , por que perdi o artista e um amigo.


 Jô Pinto
Itinga/MG em 08 de Fevereiro de 2014

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Giro Pelo Vale - III Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha

Foto: Macus Vinícius
A cidade de Jequitinhonha recebeu entre os dias 23 e 25 de janeiro a terceira edição do Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha, que neste ano propôs discussões em torno do tema “Como trazer o comunitário para a comunicação? O que há de comunitário na comunicação comunitária?”. O evento foi promovido pelo Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha em parceria com as ONGs Associação Imagem Comunitária e Oficina de Imagens, além da TV Jequi, iniciativa de produção audiovisual feita por jovens da cidade, fruto da primeira edição do Encontro de Comunicadores realizada no ano de 2012 em Itaobim.
Cerca de 100 participantes vindos de 11 municípios da região e até mesmo dos estados da Bahia e do Espírito Santo, puderam participar da programação do Encontro, aberto oficialmente na noite do dia 23 com a mesa redonda que discutiu o tema central, e contou com a presença de José Otelino, da Rádio Comunitária de Itinga, William Nascimento, representante da Rede de Jovens Comunicadores do Seminárido Mineiro e Felipe Matos, colaborador da TV Jequi.
O dia seguinte foi todo dedicado às oficinas, que abordaram temas como produção cultural, rádio, fotografia, web ativismo, animação em stop-motion e intervenções urbanas. Os produtos de cada uma delas foram apresentados ao final da tarde na sede do Rotary Clube, onde aconteciam as discussões. A sexta-feira foi encerrada com um sarau, durante o qual ocorreram apresentações artísticas de grupos da cidade.
A última rodada de discussões aconteceu na manhã de sábado. Após a fala dos convidados Jô Pinto, do Centro Cultural Escrava Feliciana, de Itinga , Sâmia Bechelane, da Associação Imagem Comunitária e Rafael Matos, da TV Jequi, os participantes puderam fazer sua avaliação e discutir as propostas temáticas resultantes do evento.
Avaliação e novas perspectivas
Ao avaliar não apenas esta edição do Encontro de Comunicadores, mas a trajetória das discussões traçadas desde os anos anteriores, o Prof. Márcio Simeone Henriques - coordenador dos projetos Conexões do Vale, Suporte de Comunicação e Educação Audiovisual - demonstra entusiasmo: “Estamos vendo o amadurecimento e a consolidação não só do público participante, como também das discussões. Além disso, podemos perceber a multiplicação das iniciativas de comunicação tendo como referência os encontros já realizados”, afirma. Já Fellipe Matos, da TV Jequi, exaltou a oportunidade de atuar na organização do evento: “Participar do III Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha foi algo inesquecível e de grande aprendizado. Fazer parte da organização é sinal que nosso trabalho esta sendo reconhecido e valorizado”.
Representantes da cidade de Pedra Azul, localizada no Baixo Jequitinhonha, demonstraram durante o evento o interesse de que a cidade sediasse o próximo Encontro de Comunicadores, previsto para janeiro de 2014. “O interesse demonstrado por grupos locais em promover as futuras edições demonstra que o Encontro está sendo apropriado pelos diversos grupos, especialmente de jovens comunicadores. Assim, acho que está garantida a continuidade desse esforço, dentro de um espírito colaborativo em que não só a UFMG e seus parceiros - AIC e Oficina de Imagens - o promovem, o que é muito saudável”, comenta o professor Márcio Simeone.

MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...