Foto: Jô Pinto |
O homem de estatura
baixa, sempre sereno, observador, cabreiro, de fé baseada no sincretismo, mas
que quando abria a porta de seu museu se transformava e queria compartilhar a
sua história, guardava na memória como cada animal e peça chegou em seu museu e
foi assim em um destes momentos permitidos por Deus que tive a honra de
conhecer Brasiliano Pereira Reis
ou Canjira como gostava de ser chamado, um autodidata, considerado o
melhor empalhador de animais do Brasil e que no qual transformou a sala de sua
residência num Museu de Arte e Cultura ou “Museu Canjira” como é popularmente
conhecido na região e na cidade de Itaobim onde esta instalado, os animais
mortos em acidentes foram doados por
motoristas e Policiais Florestais, além dos animais, há ainda antiguidades como
telefones, máquinas de escrever, máquina de costura, coleção de notas e moedas,
relógios, granada antiaérea e muitas outras peça.
Quando fizemos o inventário das peças de seu museu
para o Departamento de Patrimônio Cultural da cidade Itaobim, foi notário perceber
como tudo aquilo se interagia com seu Dono, o zelo por cada peça, e a
preocupação eminente para que o museu continuasse a ser um exemplo para as futuras gerações.
Hoje, anjos, arcanjos, orixás
e caboclos vieram buscar este artista da arte da Taxidermia para junto do Pai
Celestial , deixando o Vale do Jequitinhonha com um profunda perda. O Mestre Canjira
foi é será um dessas pessoas raras que
deixa de um forma simples, através da arte um ensinamento de vida para todos
nós.
Fica aqui os meus mais profundos sentimentos
para a família e compartilho como todos desta dor , por que perdi o artista e
um amigo.